A música, com uma linguagem variada e emocional, acaba por ser um viveiro de frases e de longas conversas que muitas vezes dão em conclusões ora muito lúcidas, criando à sua vez novos interrogantes, ora desembocando em lugares comuns mais ou menos errados. Este texto, portanto, tenta elucidar e dar certa ordem ao tanto que desta arte se diz, com ou sem sentido, com senso comum ou de maneira mais ou menos incongruente; e pretende criar novas perguntas para quem o ler.
Num mundo de consumo imediato − paradigma ao qual a música não escapa − urge reflectir e questionar a música que ouvimos (e a que não ouvimos), como a ouvimos, porque a ouvimos, para que a ouvimos. A globalização e cosmopolitismo dos nossos tempos, por outro lado, podem ser oportunidades para nos abrirmos a diferentes poéticas musicais que, por serem o produto de diferentes culturas, tempos e mundividências, não podem senão enriquecer-nos. É este o caminho aqui traçado por Xurxo Varela, desconstruindo mitos e preconceitos por um lado e, por outro, lançando as sementes e os alicerces que auxiliarão o leitor numa vivência mais plena da arte de Orfeu.
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